quinta-feira, 7 de abril de 2011
Não tem que ser assim. A crise e o FMI explicados numa simples página.
1. Portugal deve ao estrangeiro 400 mil milhões de euros. O Estado deve 92 mil milhões de euros. Os bancos e similares devem 230 mil milhões de euros. Mas, entre o deve e o haver do que devemos e do que nos devem, Portugal deve realmente 165 mil milhões de euros. É muito dinheiro e a maior parte da dívida nem sequer é do Estado mas sim dos privados, dos bancos que andaram a emprestar dinheiro e em jogadas de investimentos a torto e a direito. Alguns ganharam muito dinheiro e agora querem que sejamos todos a pagar os buracos e as jogadas de alguns. 2. Não se pode esquecer que também foi preciso injectar dinheiro do Estado, de todos nós, na economia e nos bancos quando rebentou a crise internacional provocada precisamente pelas aventuras de risco dos bancos. 3. O FMI não vem resolver os problemas do país. Apenas vem trazer dinheiro para pagarmos dívidas dos ricos ao mesmo tempo que obriga a cortes cegos no Estado e talvez nos salários. 4. Para a maioria ficou uma dupla crise. A primeira com o desemprego ou a redução de salários. A segunda com os cortes nos serviços públicos (saúde, educação e segurança social). 5. Moral da história: a maioria está a pagar desesperadamente a crise que alguns super-ricos criaram. 6. Mas não tem que ser assim. 7. Associados ao BPN existem muitos valores positivos, bens e serviços como os seguros que devem ser nacionalizados para tapar o buraco do BPN, em lugar de sermos todos nós a pagar 6 mil milhões de euros dos amigos do PSD. 8. Na Islândia recusaram a solução FMI, nacionalizaram os bancos e em referendo os islandeses recusaram pagar o dinheiro que esses bancos deviam ao estrangeiro e que tinha sido utilizado para jogadinhas, jogadas e jogatonas. Os islandeses recusaram pagar os buracos que fizeram alguns muito ricos. Recusaram o FMI e já estão a sair da crise. Grécia e Irlanda aceitaram o FMI e afundam-se cada vez mais. 9. Renegociação imediata da dívida pública portuguesa, dos prazos, taxas de juro e dos montantes a pagar, aliviando o Estado do peso e do esforço do pagamento da dívida, canalizando recursos para a promoção do investimento produtivo, a criação de emprego e outras necessidades do País. O Brasil fez quando precisou e safou-se. A Irlanda ameaça fazer. 10. Vender 20% de títulos e obrigações que as instituições públicas nacionais (CGD, Segurança Social, Banco de Portugal) têm no estrangeiro para comprar dívida pública portuguesa. Falamos de 50 mil milhões de euros que tirariam Portugal da mão dos especuladores e bancos. 11. Se pagamos juros de 8% aos especuladores também podemos pagar 5% nos Certificados de Aforro, estimulando a poupança nacional. 12. Avaliação das Parcerias Público Privadas, renegociação ou cessação dos contractos ruinosos para o Estado. Extinção de uma boas centenas de institutos públicos inúteis e dos tachos. 13. As medidas 9, 10, 11 e 12 permitem uma folga para tirar Portugal da crise com uma política virada para o crescimento económico, apoio às pequenas e médias empresas e promoção da produção - produzir cada vez mais para exportar mais, importar menos e dever cada vez menos.
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