terça-feira, 30 de novembro de 2010
O Jornal do Pau - Gorjões
É ali mesmo no centro dos Gorjões, à beira da estrada, que está o improvisado banco. Um pau, que já mereceu uma estrutura de apoio e uma polida face para dar melhor acento. É uma instituição da Freguesia. Encontram-se as amizades e põe-se a conversa e as notícias em dia. Aqui foi em 2006.
sábado, 27 de novembro de 2010
Google vai aumentar salários mas a bolsa não gosta
Li na revista Visão de 18/10/2008: Google vai subir 10% os vencimentos dos seus 23.000 funcionários para evitar que fujam para a concorrência mas a Bolsa não gostou e as acções da empresa caíram. No jornal Público de 26/01/2009 também li: “Bolsa de Nova Iorque valorizava apesar dos anúncios de mais despedimentos”.
Parece-me que a questão não é “apesar” mas sim “com”. Agora não tenho tempo para ir procurar mas li num livro o levantamento de uma lista de empresas americanas, na década de 1990, que sendo lucrativas e com futuro viam as suas acções em queda na Bolsa e com subidas vertiginosas do valor das acções com o anúncio de despedimentos.
A economia de Bolsa deu nisto. Não interessa o futuro a médio e longo prazo, apenas os resultados trimestrais e uma pressão enorme para lucros de curto prazo e não lucros sustentáveis a médio e longo prazo. Acresce que os trabalhadores passaram a serem classificados como um custo da empresa e não como um activo. Os seres humanos deixam de o ser para passarem a ser coisas, objectos. O trabalho tem papel social central na estruturação das sociedades modernas mas deixa-o de ter sendo considerado um custo.
A economia de Bolsa que é um fim em si mesmo e não um meio para o desenvolvimento das sociedades humanas só pode conduzir ao desastre.
Parece-me que a questão não é “apesar” mas sim “com”. Agora não tenho tempo para ir procurar mas li num livro o levantamento de uma lista de empresas americanas, na década de 1990, que sendo lucrativas e com futuro viam as suas acções em queda na Bolsa e com subidas vertiginosas do valor das acções com o anúncio de despedimentos.
A economia de Bolsa deu nisto. Não interessa o futuro a médio e longo prazo, apenas os resultados trimestrais e uma pressão enorme para lucros de curto prazo e não lucros sustentáveis a médio e longo prazo. Acresce que os trabalhadores passaram a serem classificados como um custo da empresa e não como um activo. Os seres humanos deixam de o ser para passarem a ser coisas, objectos. O trabalho tem papel social central na estruturação das sociedades modernas mas deixa-o de ter sendo considerado um custo.
A economia de Bolsa que é um fim em si mesmo e não um meio para o desenvolvimento das sociedades humanas só pode conduzir ao desastre.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
O que estou a ouvir: NOME - RETOCOU BATON
É uma banda de Faro e o videoclip foi filmado no Clube Farense (Rua de Sto. António).
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Gorjões, ASAE e Zé da Graça
A ASAE fechou a taberna do Zé da Graça. Que belos copos e petiscos já lá bebi e comi! E não morri!
Fecharam o último estabelecimento aberto ao público nos Gorjões, depois de fecharem a taberna do Alfredo e a mercearia da Olívia. Que desespero! Só falta mesmo fecharem os Gorjões e mandarem o pessoal para a Conchichina!
Entretanto vou a Huelva e a Sevilha e em plena cidades vou a tascas e mercearias praticamente em condições iguais às que fecharam nos Gorjões. Aqui dizem que a lei é da Europa e somos obrigados, mas ali ao lado essa lei não chegou lá?
É o triste retrato deste país. A vida dos gorjonenses e de todos os seus iguais por estes cerros de Faro não interessa a quem manda neste país: os políticos, familiares e amigos que ocuparam o Estado, os ambientalistas de ar condicionado que pouco sabem da vida, vivência e ambiente dos Gorjões e arredores. Mas uns e outros estão bem na vida e estão-se lixando para os “serrenhos”, “montanheiros”... Vejam o que escreve o Adolfo (de onde tirei a foto).
Ó povo do meu país: andas entretido com tostões e que o problema é o subsidio de desemprego, que os trabalhadores são uns malandros e mais o rendimento de inserção enquanto os galifões que se instalaram no Estado comem-te até aos ossos e chupam-nos a seguir. Acordem!
Fecharam o último estabelecimento aberto ao público nos Gorjões, depois de fecharem a taberna do Alfredo e a mercearia da Olívia. Que desespero! Só falta mesmo fecharem os Gorjões e mandarem o pessoal para a Conchichina!
Entretanto vou a Huelva e a Sevilha e em plena cidades vou a tascas e mercearias praticamente em condições iguais às que fecharam nos Gorjões. Aqui dizem que a lei é da Europa e somos obrigados, mas ali ao lado essa lei não chegou lá?
É o triste retrato deste país. A vida dos gorjonenses e de todos os seus iguais por estes cerros de Faro não interessa a quem manda neste país: os políticos, familiares e amigos que ocuparam o Estado, os ambientalistas de ar condicionado que pouco sabem da vida, vivência e ambiente dos Gorjões e arredores. Mas uns e outros estão bem na vida e estão-se lixando para os “serrenhos”, “montanheiros”... Vejam o que escreve o Adolfo (de onde tirei a foto).
Ó povo do meu país: andas entretido com tostões e que o problema é o subsidio de desemprego, que os trabalhadores são uns malandros e mais o rendimento de inserção enquanto os galifões que se instalaram no Estado comem-te até aos ossos e chupam-nos a seguir. Acordem!
domingo, 21 de novembro de 2010
Apoio: «Vamos preservar a escadaria do Liceu de Faro e as árvores existentes»
PETIÇÃO - Clique Aqui
Depois de sessenta e dois anos de história do Liceu João de Deus o plano de remodelação deste edifício, obra que será gerida pelo Parque Escolar, pretende eliminar a escadaria actual.
O edifício da Escola Secundária João de Deus construído no sítio do Alto de Santo António, é um edifício que se destaca e domina visualmente sobre a Avenida 5 de Outubro. A acentuar esta elevação discreta temos a escadaria, a enquadrar a zona central do edifício e como que a desaguar na longa avenida que desce até à baixa da cidade. Faz parte do memória visual da cidade ao qual a população está ligada e não deve a sua traça exterior ser descaracterizada.
As árvores da Escola Secundária João de Deus fazem parte do património da escola e cidade perfeitamente integrada na mata circundante. Algumas delas centenárias, resistentes como o medronheiro à esquerda da entrada. Queremos pois que toda esta riqueza construída ou natural seja preservada.
É o que diz o texto da petição e eu acrescento.
Primeiro: como antigo aluno da ESJD, o Liceu, reconheço naquelas escadas e frontaria um símbolo de Faro, do antes e do pós 25 de Abril. Destruir os símbolos e a cultura própria de qualquer terra terras é fazer dela uma terrinha igual a qualquer outras, sem nada que a diferencie ou valorize de em relação a outras terrinhas, sem nada que eleve a auto-estima e participação dos cidadãos.
Segundo: sendo o Liceu numa construção do Estado Novo e sendo eu anti-fascista não advogo que tudo o que seja dessa altura seja para queimar, especialmente se for em nome de uma pseudo-modernidade. O que foi feito foi feito e o que é para preservar é para preservar. A obra, material e imaterial, do algarvio Eng. Duarte Pacheco foi uma base do desenvolvimento da nossa engenharia/arquitectura.
Terceiro: aquelas escadas e a frontaria do Liceu são um símbolo de Faro, do antes e do pós 25 de Abril. E são um símbolo que coisas boas e da liberdade dos jovens que se juntavam naquela escadaria para falar livremente e longe dos graúdos.
Quarto: protesto contra mais uma das obras da Parque Escolar em várias escolas do país. São 4 mil milhões de euros, pedidos à banca e a contar para o endividamento do Estado, adjudicados sem concursos à Mota-Engil e outros amigalhaços dos governantes - quantas centenas de milhões poderia ter-se poupado se tivessem feito os concursos?
Depois de sessenta e dois anos de história do Liceu João de Deus o plano de remodelação deste edifício, obra que será gerida pelo Parque Escolar, pretende eliminar a escadaria actual.
O edifício da Escola Secundária João de Deus construído no sítio do Alto de Santo António, é um edifício que se destaca e domina visualmente sobre a Avenida 5 de Outubro. A acentuar esta elevação discreta temos a escadaria, a enquadrar a zona central do edifício e como que a desaguar na longa avenida que desce até à baixa da cidade. Faz parte do memória visual da cidade ao qual a população está ligada e não deve a sua traça exterior ser descaracterizada.
As árvores da Escola Secundária João de Deus fazem parte do património da escola e cidade perfeitamente integrada na mata circundante. Algumas delas centenárias, resistentes como o medronheiro à esquerda da entrada. Queremos pois que toda esta riqueza construída ou natural seja preservada.
É o que diz o texto da petição e eu acrescento.
Primeiro: como antigo aluno da ESJD, o Liceu, reconheço naquelas escadas e frontaria um símbolo de Faro, do antes e do pós 25 de Abril. Destruir os símbolos e a cultura própria de qualquer terra terras é fazer dela uma terrinha igual a qualquer outras, sem nada que a diferencie ou valorize de em relação a outras terrinhas, sem nada que eleve a auto-estima e participação dos cidadãos.
Segundo: sendo o Liceu numa construção do Estado Novo e sendo eu anti-fascista não advogo que tudo o que seja dessa altura seja para queimar, especialmente se for em nome de uma pseudo-modernidade. O que foi feito foi feito e o que é para preservar é para preservar. A obra, material e imaterial, do algarvio Eng. Duarte Pacheco foi uma base do desenvolvimento da nossa engenharia/arquitectura.
Terceiro: aquelas escadas e a frontaria do Liceu são um símbolo de Faro, do antes e do pós 25 de Abril. E são um símbolo que coisas boas e da liberdade dos jovens que se juntavam naquela escadaria para falar livremente e longe dos graúdos.
Quarto: protesto contra mais uma das obras da Parque Escolar em várias escolas do país. São 4 mil milhões de euros, pedidos à banca e a contar para o endividamento do Estado, adjudicados sem concursos à Mota-Engil e outros amigalhaços dos governantes - quantas centenas de milhões poderia ter-se poupado se tivessem feito os concursos?
sábado, 20 de novembro de 2010
Não podemos ter a vida dos nossos pais!
É que o que dizem os Silvas Lopes, Ernânis Lopes e outros que tais na televisão, temos de cortar salários, etc., etc.. Foram ministros mas não conseguiram endireitar o país e agora têm receitas milagrosas? Têem as suas várias e gordas reformas e querem cortar nos outros?
Bem, esta é a riqueza e o seu crescimento no mundo (se der erro carreguem no gráfico em refreshing no canto superior direito).
E em Portugal...
Em Portugal somos mais ou menos os mesmos que em 1980 e 1990. A riqueza aumentou 7 vezes desde 1980 e 3 vezes desde 1990. Porque é que não posso ter a mesma vida que os meus pais?
Não será porque, no Estado, nos bancos e nas empresas privadas à sombra do Estado, existem uns poucos milhares de mamões a mamar desalmadamente como nunca, até pouco restar para os outros milhões de portugueses?
Bem, esta é a riqueza e o seu crescimento no mundo (se der erro carreguem no gráfico em refreshing no canto superior direito).
E em Portugal...
Em Portugal somos mais ou menos os mesmos que em 1980 e 1990. A riqueza aumentou 7 vezes desde 1980 e 3 vezes desde 1990. Porque é que não posso ter a mesma vida que os meus pais?
Não será porque, no Estado, nos bancos e nas empresas privadas à sombra do Estado, existem uns poucos milhares de mamões a mamar desalmadamente como nunca, até pouco restar para os outros milhões de portugueses?
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Plano de Salvação Nacional
in Algarve Mais, Novembro de 2010
Não morremos da doença, morremos da cura. Para tratar do défice, o Governo avança com o aumento cego de impostos, o corte nos salários, nos apoios sociais e no investimento público. Várias instituições internacionais já avisaram que vamos entrar em recessão e o desemprego vai crescer, a caminho dos 15%. Vamos ter menos investimento (o privado está congelado), menos consumo, menos receita fiscal e mais despesa social, num ciclo vicioso descendente de mais défice e mais cortes. Quem vai pagar a crise são as classes média e baixa e as PME.
Não apoio dos planos do Governo. Não existirá uma saída e paz social enquanto não se der prioridade à redução dos gastos (supérfluos) do Estado, a um contributo proporcional justo e à implementação de uma estratégia para o crescimento económico. Pegando em dados publicados e em contas que alguns economistas vão apresentando, mas sem dar ouvidos aos economistas da desgraça que invadem as televisões e que na sua maioria já estiveram nos Governos e não fizeram nada, é possível um plano para poupar anualmente 6 mil milhões de euros e ainda encontrar uma receita adicional de 1,5 mil milhões de euros para um estimulante investimento público extraordinário. Tudo sem atacar as classes baixa e média e reduzindo a despesa do Estado.
1. Eliminar as gorduras do Estado - 2 mil milhões de euros
Extinguir umas centenas de empresas públicas, institutos e fundações fantasma, dos 1300 que existem. Eliminação dos respectivos contractos sem vinculo público. Acabar com os tachos de políticos e seus familiares. Reduzir para metade o número de administradores nas empresas públicas e de membros dos gabinetes de apoio do Governo e das administração das empresas públicas. Acabar com as compras ou alugueres de carros de luxo.
Temos tido algumas reformas parciais e outras sem efeitos de fundo mas não uma verdadeira reforma global e profunda do Estado que conjugue: melhores serviços com menos custos, o fim das burocracias, a aposta total nas novas tecnologias e uma correcta alocação de funcionários públicos.
Poupem com a utilização no Estado de software livre em lugar do dispendioso software da Microsoft. A Direcção-Geral de Infra-Estruturas pagou 1 milhão de euros para a renovação das licenças Microsof e a Secretaria Regional da Ciência dos Açores pagou 700.000 euros. Faz-se como na Comunidade Autónoma da Extremadura em Espanha e ainda se estimula o desenvolvimento tecnológico nacional.
2. Acabar com as benesses – 4 mil milhões de euros
Acabar com os abusos na Segurança Social sem ser cortar a direito. Acabar com as comparticipações de medicamentos não essenciais e tornar os medicamentos genéricos a regra de prescrição. Reduzir para metade a contratação de estudos e outros serviços a empresas privadas e que podem ser realizados por serviços da Administração Pública. Acabar, por exemplo, com gastos vergonhosos de 50.000 euros para um singelo dia da cerimónia da assinatura da adjudicação do aproveitamento hidroagrícola da Cova da Beira ou os 50.000 euros para a cerimónia de inauguração do complexo hidráulico Pisão/Roxo.
Acabem com as adjudicações directas, sem concurso, no valor de largas centenas de milhões de euros. E podem ainda acabar com as ruinosas Parcerias Público-Privadas que ainda não saíram do papel. As já existentes custarão aos Estado 48,3 mil milhões de euros e nos próximos anos o Estado irá pagar uma verba anual de 2 mil milhões de euros. Recentemente, Carlos Moreno, juiz jubilado do Tribunal de Contas, alertou para o escândalo destes negócios. É muito menos dispendioso para o Estado fazer as obras directamente e não se contribui para o acentuar de uma iniciativa privada dependente do Estado e não empreendedora.
3. Contribuir proporcionalmente – 1,5 mil milhões de euros
Não aumentar o IVA (exceptuando os produtos que não são básicos mas têm a taxa reduzida), nem o IRS para as classes média e baixa. Acabar com os benefícios fiscais nos PPR e seguros de saúde. Suspender temporariamente as isenções de IRS e IRC no paraíso fiscal da Madeira. Taxar 20% as transferências para os paraísos fiscais. Acabar com a fuga ao IRC por parte dos bancos e das grandes empresas. Taxar extraordinariamente o IRC de empresas com lucros acima de 50 milhões de euros. Taxar 0,2% as operações bolsistas. Infelizmente parece não ser possível taxar as mais-valias bolsistas dentro das empresas SGPS que ameaçam logo ir por a sua sede na Holanda. Mas que raio de sistema? Uma democratura, uma democracia de voto mas ditadura do mercado em que quem realmente manda não são os cidadãos mas o dinheiro. Mas ainda podem taxar extraordinariamente as casas com valor superior a 1 milhão de euros e os carros de valor superior a 100.000 euros.
4. Estratégia para o desenvolvimento – 1,5 mil milhões de euros
Para que a economia nacional não congele por uns bons anos é preciso um investimento público reprodutivo e de proximidade. 1,5 mil milhões de euros multiplicados pelos fundos europeus. Nada de gastar dinheiro em obras megalómanas. Prioridade a iniciativas locais que aumentem a qualidade de vida dos portugueses e prioridade à eficiência do Estado, educação e inovação (em lugar dos cortes que vão fazer), justiça, segurança e apoio à produção. A educação é o futuro do país e cada ano que passa estamos piores, sem qualidade e exigência, tornando mais demorada uma recuperação que pode demorar uma década. E produzir mais bens, importando menos e exportando mais, é essencial para a dinamização da economia e do emprego e para a diminuição do endividamento externo.
Não morremos da doença, morremos da cura. Para tratar do défice, o Governo avança com o aumento cego de impostos, o corte nos salários, nos apoios sociais e no investimento público. Várias instituições internacionais já avisaram que vamos entrar em recessão e o desemprego vai crescer, a caminho dos 15%. Vamos ter menos investimento (o privado está congelado), menos consumo, menos receita fiscal e mais despesa social, num ciclo vicioso descendente de mais défice e mais cortes. Quem vai pagar a crise são as classes média e baixa e as PME.
Não apoio dos planos do Governo. Não existirá uma saída e paz social enquanto não se der prioridade à redução dos gastos (supérfluos) do Estado, a um contributo proporcional justo e à implementação de uma estratégia para o crescimento económico. Pegando em dados publicados e em contas que alguns economistas vão apresentando, mas sem dar ouvidos aos economistas da desgraça que invadem as televisões e que na sua maioria já estiveram nos Governos e não fizeram nada, é possível um plano para poupar anualmente 6 mil milhões de euros e ainda encontrar uma receita adicional de 1,5 mil milhões de euros para um estimulante investimento público extraordinário. Tudo sem atacar as classes baixa e média e reduzindo a despesa do Estado.
1. Eliminar as gorduras do Estado - 2 mil milhões de euros
Extinguir umas centenas de empresas públicas, institutos e fundações fantasma, dos 1300 que existem. Eliminação dos respectivos contractos sem vinculo público. Acabar com os tachos de políticos e seus familiares. Reduzir para metade o número de administradores nas empresas públicas e de membros dos gabinetes de apoio do Governo e das administração das empresas públicas. Acabar com as compras ou alugueres de carros de luxo.
Temos tido algumas reformas parciais e outras sem efeitos de fundo mas não uma verdadeira reforma global e profunda do Estado que conjugue: melhores serviços com menos custos, o fim das burocracias, a aposta total nas novas tecnologias e uma correcta alocação de funcionários públicos.
Poupem com a utilização no Estado de software livre em lugar do dispendioso software da Microsoft. A Direcção-Geral de Infra-Estruturas pagou 1 milhão de euros para a renovação das licenças Microsof e a Secretaria Regional da Ciência dos Açores pagou 700.000 euros. Faz-se como na Comunidade Autónoma da Extremadura em Espanha e ainda se estimula o desenvolvimento tecnológico nacional.
2. Acabar com as benesses – 4 mil milhões de euros
Acabar com os abusos na Segurança Social sem ser cortar a direito. Acabar com as comparticipações de medicamentos não essenciais e tornar os medicamentos genéricos a regra de prescrição. Reduzir para metade a contratação de estudos e outros serviços a empresas privadas e que podem ser realizados por serviços da Administração Pública. Acabar, por exemplo, com gastos vergonhosos de 50.000 euros para um singelo dia da cerimónia da assinatura da adjudicação do aproveitamento hidroagrícola da Cova da Beira ou os 50.000 euros para a cerimónia de inauguração do complexo hidráulico Pisão/Roxo.
Acabem com as adjudicações directas, sem concurso, no valor de largas centenas de milhões de euros. E podem ainda acabar com as ruinosas Parcerias Público-Privadas que ainda não saíram do papel. As já existentes custarão aos Estado 48,3 mil milhões de euros e nos próximos anos o Estado irá pagar uma verba anual de 2 mil milhões de euros. Recentemente, Carlos Moreno, juiz jubilado do Tribunal de Contas, alertou para o escândalo destes negócios. É muito menos dispendioso para o Estado fazer as obras directamente e não se contribui para o acentuar de uma iniciativa privada dependente do Estado e não empreendedora.
3. Contribuir proporcionalmente – 1,5 mil milhões de euros
Não aumentar o IVA (exceptuando os produtos que não são básicos mas têm a taxa reduzida), nem o IRS para as classes média e baixa. Acabar com os benefícios fiscais nos PPR e seguros de saúde. Suspender temporariamente as isenções de IRS e IRC no paraíso fiscal da Madeira. Taxar 20% as transferências para os paraísos fiscais. Acabar com a fuga ao IRC por parte dos bancos e das grandes empresas. Taxar extraordinariamente o IRC de empresas com lucros acima de 50 milhões de euros. Taxar 0,2% as operações bolsistas. Infelizmente parece não ser possível taxar as mais-valias bolsistas dentro das empresas SGPS que ameaçam logo ir por a sua sede na Holanda. Mas que raio de sistema? Uma democratura, uma democracia de voto mas ditadura do mercado em que quem realmente manda não são os cidadãos mas o dinheiro. Mas ainda podem taxar extraordinariamente as casas com valor superior a 1 milhão de euros e os carros de valor superior a 100.000 euros.
4. Estratégia para o desenvolvimento – 1,5 mil milhões de euros
Para que a economia nacional não congele por uns bons anos é preciso um investimento público reprodutivo e de proximidade. 1,5 mil milhões de euros multiplicados pelos fundos europeus. Nada de gastar dinheiro em obras megalómanas. Prioridade a iniciativas locais que aumentem a qualidade de vida dos portugueses e prioridade à eficiência do Estado, educação e inovação (em lugar dos cortes que vão fazer), justiça, segurança e apoio à produção. A educação é o futuro do país e cada ano que passa estamos piores, sem qualidade e exigência, tornando mais demorada uma recuperação que pode demorar uma década. E produzir mais bens, importando menos e exportando mais, é essencial para a dinamização da economia e do emprego e para a diminuição do endividamento externo.
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