in Algarve Mais, Dezembro 2010
O Pinto, de seu nome Joaquim Rosa, foi uma das pessoas mais reconhecidas na Freguesia de Santa Bárbara de Nexe e nos Concelhos de Faro, Loulé e S. Brás de Alportel. No dia do último adeus ao Pinto, em 2008, perdeu-se a conta às centenas e centenas de pessoas que marcaram presença no seu funeral, porventura o maior jamais visto na sua terra natal.
O Pinto, a quem já foi atribuída a Medalha de Mérito da Câmara de Faro - Grau Ouro, esteve no centro da cultura da Freguesia de Santa Bárbara de Nexe: fundou a Charola da Flor de Liz em 1961 e apoiou todos os grupos charoleiros naquela que é a nossa tradição mais genuína e única. O Pinto foi inclusive figura central de uma interessante reportagem na Algarve Mais, sobre as charolas e a Flor de Liz, em Fevereiro de 2003.
Foi também poeta popular de renome, participou em actividades de artes cénicas como as récitas, apoiou o folclore e o fado. Também esteve mais de 20 anos ao serviço da população, para quem trabalhou gratuitamente como autarca de freguesia.
O Pinto foi um exemplo do que é ser Nexense: amigo, solidário, trabalhador, charoleiro, poeta, defensor da sua terra, orgulhoso de ser Nexense. E por ser um digno representante da alma Nexense, a Junta de Freguesia de Santa Bárbara de Nexe propôs dar o seu nome à Escola Primária local.
Esta é uma proposta que, como Nexense, me orgulha. Não é só uma homenagem mas também um meio para que se garanta o futuro da nossa terra e a continuidade da nossa história e cultura com o ensino e o envolvimento das crianças. Assim podemos assegurar que as nossas raízes não morrem e que daqui a uns anos a nossa terra não seja mais uma terra igual a tantas outras, apagada e sem nada que a distinga num mundo cada vez mais massificado.
Mas, infelizmente, para um pequeno grupo elitista, o Pinto não era Dr., nem era das famílias ricas e “importantes” e talvez acima de tudo tinha um cartão vermelho e não cor-de-laranja. Tão triste é quando o preconceito e o sectarismo político toldam as ideias às pessoas e moldam uma “politicazinha” desgostosa de um minúsculo grupo elitista que consegue arrastar uma Deputada do PSD, também de origem Nexense, para a sua campanha preconceituosa e sectária.
Através de mensagens no Facebook, e-mails e um artigo de opinião num jornal algarvio, a deputada do PSD, Antonieta Guerreiro, propôs o nome da, recentemente falecida, Tenente Enfermeira Paraquedista, Maria Zulmira Pereira André para a Escola local. O elogio à Enfermeira Paraquedista, também Nexense, é mais do que merecido. Foi das primeiras mulheres paraquedistas, em 1961, esteve na guerra colonial e teve uma acção médica notável.
No entanto, é lamentável quando se usam pessoas e os seus sentimentos ao serviço de uma “politicazinha”. É o que está a ser feito e o bom nome da Enfermeira Paraquedista está a ser usado para essa “politicazinha”, sem que essa proposta tivesse sido feita à autarquia local, à Junta de Freguesia, onde estão os máximos representantes locais. Não só não foi feito como esta proposta tem por enquadramento uma campanha, menos pública e mais de bastidores, telefonemas, pressões e omissões (como a recusa de publicação de uma resposta ao artigo de opinião), para se opor à outra proposta já mais antiga da Junta de Freguesia para atribuição do nome de Joaquim Rosa Pinto à Escola de Santa Bárbara de Nexe.
Para qualquer Deputado, é melhor deixar os assuntos locais para as entidades que têm essa competência e nas intervenções e artigos de opinião podem dar mais utilidade ao seu tempo focando assuntos mais importantes para o Algarve e o país do que o nome de uma escola primária.
o Joaquim Isidro Rosa por coincidência também prestou serviço militar na Guiné como soldado páraquedista.
ResponderEliminarDa tua poesia
ResponderEliminarnos orgulhamos
Ela tem um toque de magia
que ainda hoje recordamos.
Eras simples e humilde
e com um grande coração
Filho do Virgilio e da Leonilde
a todos temos admiração.
Ficam mtas coisas por dizer
e outras para recordar
ainda tinhas mto para fazer
e muito para nos dar.
Com saudade...desta tua sobrinha Patricia Rosa
O Pinto era genuíno.
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