Nouriel Roubini, economista norte-americano, em 2005, avisou para o perigo de uma crise explosiva do imobiliário nos EUA. Chamaram-no de louco. Em 2007, a crise rebentou nos EUA, um banco faliu e outros não faliram porque o Estado injectou-lhes milhões.
Em Junho deste ano, Roubini, afirmou que corria-se o risco de, em 2013, explodir a maior crise que o mundo já teve. Já em Agosto, disse que evitar uma nova recessão mundial pode ser uma missão impossível.
Roubini vai mais longe e agora diz que “Karl Marx acertou: a certa altura, o capitalismo pode autodestruir-se”.
Roubini não é comunista, bloquista ou socialista. É de direita e diz:
“Assistimos a uma redistribuição maciça do trabalho para o capital, dos salários para os lucros, a desigualdade de rendimentos e de riqueza aumentou. Esta redistribuição faz com que o excesso de capacidade e a falta de procura agregada sejam ainda piores. Karl Marx acertou: a certa altura, o capitalismo pode autodestruir-se porque não se pode continuar a transferir rendimento do trabalho para o capital sem que se gere excesso de capacidade e défice de procura agregada. E é isso que se está a passar. Pensámos que os mercados funcionavam, mas não é isso que está a acontecer. O que é racional do ponto de vista individual – cada empresa, para sobreviver e prosperar, corta os custos laborais cada vez mais –, ignora que os meus custos laborais são os rendimentos e o consumo de alguém. É por isso que este processo é autodestrutivo. Não se pode resolver o problema com liquidez. Quando existe demasiada dívida ou se supera a situação através do crescimento ou da poupança. Mas se toda a gente gasta menos e poupa mais nos sectores público e privado, então estamos perante o paradoxo keynesiano da poupança e podemos ter uma depressão.”
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