A boa e as más noticias do imposto do Natal. A boa é que 80% dos reformados e 65% das famílias não vão pagar porque têm rendimentos abaixo do salário mínimo = 485 euros. A primeira má é 80% dos reformados e 65% das famílias vivem entre a miséria e a pobreza mascarada.
Por mês, uma família de 2 mais 1 criança, com 400 a 500 euros de rendas ou empréstimos, água, electricidade e/ou gás já se foi 1 salário, mais uns 250 euros de comida por mês, mais despesas da escola da criança, mais vestuário e já se foi o outro salário. Nem sequer há espaço para despesas inesperadas.
Portugal não é lixo mas é uma vergonha aonde se chegou e o que se está a passar, com responsabilidades a começar em Cavaco seguindo-se Guterres, Durão, Santana, Portas, Sócrates e agora Coelho e Portas (outra vez).
Refiro já Coelho e Portas (outra vez) porque – e esta é a segunda má notícia – com o imposto do Natal fazem com que quem pague a crise seja apenas os trabalhadores e os reformados. Deixam de fora as grandes empresas e os grandes lucros, os bancos cujos lucros continuam nas nuvens, as acções, a especulação e os dividendos que pouco produzem, muito rendem e muito fazem tremer a economia.
Os 6 mil milhões da venda da Vivo pela PT não pagaram imposto nenhum, como não pagaram os 900 milhões que daí foram oferecidos a grandes grupos financeiros como dividendos accionistas extraordinários.
Este desequilíbrio entre os rendimentos do trabalho e os rendimentos do capital é inaceitável. Especialmente porque foi o capital, os bancos e os investidores/especuladores, que provocaram a crise e agora são os trabalhadores que a têm de pagar.
A especulação, nas sua mais variadas formas, é um cancro que ameaçar levar o mundo a uma crise que talvez signifique o fim do mundo tal qual o conhecemos.
Cerca de 90% do dinheiro que circula diariamente no mundo é especulação que se move de acção para acção ou para dívida publica ou para moedas nacionais, não tendo nada a haver com a produção e comercio do que quer que seja e apenas ajudando os super-ricos a acumular mais fortuna.
Ao contrário de alguns neo-liberais dizem que essa acumulação de fortunas é essencial para haver mais investimento e desenvolvimento, Warren Buffet, milionário e investidor norte-americano, dono da Moody's, até já disse que este sistema de favorecimento aos super-ricos apenas e só os tornou mais ricos enquanto a larga maioria da população vê as suas condições de vida
Américo Amorim tornou-se no homem mais rico de Portugal, não por ter aberto mais 10 fábricas de cortiça ou mais 20 hotéis, mas por lhe terem caído nas mãos mais de 15% das acções da Galp. A Galp deixou de ter como objectivo estar ao serviço do desenvolvimento de Portugal. Temos o segundo gasóleo e a terceira gasolina mais caros da Europa antes de impostos. A Galp passou a ter por objectivo ter lucros chorudos para serem distribuídos pelos seus accionistas (e 55 milhões para Amorim), dos quais o Estado vai deixar se fazer parte por acção deste Governo PSD+CDS+PS+PASSOS COELHO+PORTAS+FMI.
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